Era uma vez...


"Em um tempo muito, muito distante, quando a Deusa caminhava sobre a Terra e todas as coisas eram sagradas...
Nas noites encantadas,surgia em meio a floresta misteriosa
um velhinho exausto e tremulo e a Deusa em sua face Anciã,
o tomava em seus braços, se balançando em sua cadeira o embalava, cantando...cantando...
E pela manhã ele saltava de seus braços, agora já uma criança radiante e se alçava aos céus para raiar o dia.
Ele é a Criança Solar, Ela é a Mãe de todas as coisas..."

28 de março de 2011


Minha metamorfose é tradição, porque tradição 
é precisamente mudança e reinvenção de uma outra pele.

Não se trata de uma cirurgia estética ou de
 uma mutilação, e sim de renascimento.

Eu não renuncio a nada. Eu continuo." 
Marcia Frazão

25 de março de 2011

gratidão


Era uma noite fria, e já velha, estava sem abrigo, e faminta. 
Teve que improvisar um abrigo debaixo de uma cerejeira nos campos. 
Estava realmente bem frio, e ela não conseguiu dormir bem. 
E era também perigoso – animais selvagens e tudo mais.
A meia-noite ela acordou – devido ao frio intenso - e viu, no céu noturno, 
as flores abertas da cerejeira sorrindo para a lua enevoada. 
Tomada pela beleza, ela levantou-se e curvou-se na direção da vila, 
em sinal de agradecimento, com essas palavras:
Através de sua bondade ao recusar-me abrigo descobri-me sob as 
flores na noite desta lua enevoada.
Ela se sente agradecida. Cheia de gratidão, 
agradece aquelas pessoas que lhe recusaram abrigo. 
Do contrário estaria dormindo sob um teto comum e teria perdido essa bênção – 
o cerejeira florida, esse sussuro com a lua enevoada, e o silêncio da noite, 
esse profundo silêncio da noite. Não está zangada, ela aceita o que aconteceu. 
Não só aceita-o, o recebe com boas vindas, ela sente-se grata. 
A pessoa torna-se um buda quando aceita tudo que a vida traz, com gratidão.
(Osho)

23 de março de 2011


"Há um verso em for colores girls who have considered suicide/
 when the rainbow is enough, de Ntozake Shange. 
Na peça, a mulher de roxo fala depois de lutar para lidar com todos os aspectos físicos 
e psíquicos de si mesma que a cultura ignora ou deprecia. 
Ela resume com estas palavras sábias e pacíficas:

here is what i have...
poems
big thighs
lil tits
&
so much love

(é isso o que tenho.../poemas/coxas grossas/peito pequeno/&/tanto amor)

É esse o poder do corpo, o nosso poder, o poder da Mulher Selvagem. 
Nos mitos e contos de fadas, as divindades e outros espíritos poderosos testam o coração dos seres humanos ao aparecer sob diversas formas que disfarçam sua natureza divina. 
Aparecem usando mantos farrapos, faixas de prata ou com os pés enlameados.
 Aparecem com a pele morena como madeira escura, ou em escamas feitas de pétalas de rosas, como uma frágil criança, como uma velha de um amarelo-esverdeado, 
com um homem que não sabe falar ou como um animal que sabe. Os grandes poderes estão querendo descobrir se os seres humanos já aprenderam a reconhecer a grandeza da alma em todas as variações.
A Mulher Selvagem aparece em muitos tamanhos, formas, 
cores e condições. Mantenha-se alerta para poder reconhecer a
 alma selvagem em todos os seus inúmeros disfarces."

Clarissa Pinkola Estés

22 de março de 2011


"Converso com meu amor interior e digo,

 por que tanta pressa?
 Sentimos que há algum tipo de espírito que ama os pássaros,
 os animais e as formigas – talvez o mesmo que lhe deu 
uma centelha no útero de sua mãe. 
Você acha lógico estar andando inteiramente órfão agora?
 A verdade é que você mesmo afastou-se e decidiu ir sozinho para a escuridão.
 Agora está emaranhado em outros e esqueceu o que uma vez sabia, 


e é por isso que tudo que você faz tem em si algum tipo de falha estranha. 

 As coisas acontecem quando precisam acontecer. 

As coisas estão destinadas a acontecer no momento necessário. 
Tudo está indo bem – basta confiar"

Kabir

19 de março de 2011


Um dia, sem muito espalhafato e poucas testemunhas,
 nasceram-lhes asas. Voaram e sumiram nas nuvens em busca da Mãe.
Vez por outra elas me visitam nos altares que me ensinaram a erguer...
( Marcia Frazão em Guadalupe e as Bruxas)

18 de março de 2011


O Zen diz que se você abandonar o conhecimento 
-- e dentro do conhecimento inclui-se tudo: seu nome, sua identidade, tudo... 
porque tudo isso lhe foi dado pelos outros --, se você abandonar tudo o que lhe foi dado pelos outros, você adquirirá uma qualidade totalmente diferente de ser -- a inocência. 
Isso será uma crucificação da persona, da personalidade, e haverá uma ressurreição da sua inocência; você se tornará outra vez uma criança, renascida.
Osho

17 de março de 2011


"A verdade sai do erro. Por isso nunca tive medo de errar, nem dele me arrependi seriamente"
 C. G. Jung 

10 de março de 2011

tolstoi


Actualmente,
tem-se a pretensão de que a mulher é respeitada. Uns cedem-lhe o lugar,
apanham-lhe o lenço: outros reconhecem-lhe o direito de exercer todas 
as funções, de tomar parte na administração, etc.; mas a opinião que têm
dela é sempre a mesma - um instrumento de prazer. E ela sabe-o. Isso em
nada difere da escravatura. A escravatura mais não é do que a 
exploração por uns do trabalho forçado da maioria. Assim, para que deixe
de haver escravatura é necessário que os homens cessem de desejar 
usufruir o trabalho forçado de outrem e considerem semelhante coisa como
um pecado ou vergonha. Entretanto, eles suprimem a forma exterior da 
escravatura, depois imaginam, persuadem-se de que a escravatura está 
abolida mas não vêem, não querem ver que ela continua a existir porque 
as pessoas procedem sempre de maneira idêntica e consideram bom e 
equitativo aproveitar o trabalho alheio. E desde que isso é julgado bom,
torna-se inveitável que apareçam homens mais fortes ou mais astutos 
dispostos a passar à acção. A escravatura da mulher reside unicamente no
facto de os homens desejarem e julgarem bom utilizá-la como instrumento
de prazer. Hoje em dia, emancipam-na ou concedem-lhe todos os direitos 
iguais aos do homem, mas continua-se a considerá-la como um instrumento 
de prazer, a educá-la nesse sentido desde a infância e por meio da 
opinião pública. Por isso ela continua uma escrava, humilhada, 
pervertida, e o homem mantém-se um corruptor possuidor de escravos.


Leon Tolstoi, in 'Sonata a Kreutzer'

6 de março de 2011

meninas...

"Quando as meninas brincam juntas, fazem isso em grupos pequenos,
 íntimos, com ênfase na minimização da hostilidade e maximização da cooperação,
 enquanto as brincadeiras dos meninos são em grupos maiores, com ênfase na competição. 
Pode-se ver uma diferença-chave no que ocorre quando as brincadeiras
 de meninos e meninas são interrompidas porque alguém se machucou.
 Se um menino que se machucou fica irritado, espera-se que saia e pare de chorar 
para que a brincadeira recomece. 
Se o mesmo acontece num grupo de meninas brincando,
 a brincadeira pára e todas se reúnem em volta para
 ajudar a menina que chora.
 Essa diferença entre meninos e meninas brincando 
epitoma o que Carol Gilligan, de Harvard, 
aponta como uma desigualdade-chave entre os sexos: 
os meninos se orgulham de uma independência e autonomia solitárias,
 duronas, as meninas se vêem como parte de uma teia de ligações".
Daniel Goleman

2 de março de 2011

revelação


"Reflita sobre a história do Buda Dourado. 
Em 1957, na Tailândia, estava sendo realizada a mudança de um mosteiro, e um grupo de monges ficou encarregado de transportar um Buda gigante feito de argila. No meio da mudança, um dos monges percebeu uma rachadura na imagem. Com a preocupação de não danificar o ídolo, os monges decidiram esperar mais um dia antes de continuar a tarefa. Quando a noite caiu, um monge foi verificar a estátua gigantesca. Percorreu o Buda inteiro com a luz da lanterna. Quando encontrou a rachadura, notou algo que refletia a luz de volta pra ele. O monge, curioso, arrumou um martelo e um cinzel e começou a tirar lascas do Buda de argila. À medida que ia retirando os pedaços, o Buda se tornava cada vez mais brilhante. Depois de horas de trabalho, o religioso olhou para cima, extasiado, e viu-se diante de um Buda enorme de ouro maciço.
Muitos historiadores acreditam que o Buda foi coberto de argila pelos monges tailandeses havia centenas de anos, antes de um ataque do exército birmanês. Eles cobriram o Buda para evitar que ele fosse roubado. No ataque, todos os monges foram mortos; assim, só em 1957, quando estavam transportando a estátua gigantesca para outro lugar, é que os encarregados da mudança descobriram o tesouro. Como o Buda, nosso arcabouço nos protege contra o mundo: o nosso tesouro real está escondido lá dentro. Nós, seres humanos, inconscientemente  escondemos nosso interior dourado sob uma carapaça de argila. Tudo o que precisamos fazer para descobrir esse ouro é ter coragem para retirar a camada que recobre nosso exterior,
pedaço por pedaço."

( Trecho de O Lado Sombrio dos Buscadores de Luz - Debbie Ford)

1 de março de 2011

Quando o feminino está ausente ou reprimido,
 em seu lugar surgem as teorias que “explicam” a vida de forma muito sintética e mecânica 

e a falta de contato com a dimensão instintiva e emocional pode conduzir a atos desumanos e destrutivos.
O grande poder do mito é sua habilidade para mobilizar ações humanas e 

impulsionar respostas coletivas. 
Assim, o desafio do feminino é fazer ouvir a sua voz interior,
reivindicar seus talentos e dons, despertando o mundo. 

Leonardo Boff diz que o feminino "expressa a dimensão de ternura, cuidado, auto-aceitação, misericórdia, sensibilidade face ao mistério da vida e de Deus, cultivo da interioridade que existe e deve existir em toda existência humana que alcança um nível mínimo de maturidade.”
Assim, o feminino deve despertar o mundo para transformá-lo

através de um caminho individual e, por conseguinte uma mudança interpessoal e 
uma evolução sócio-cultural, em uma jornada onde não estamos sós, 
onde os deuses já trilharam antes de nós.
 Como Campbell nos aponta: ”O labirinto é conhecido em toda a sua extensão.
 Temos que seguir a trilha do herói e lá, onde temíamos 
encontrar algo abominável, encontraremos um deus. E lá, 
onde esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos. 
Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ao centro da nossa própria existência.
 E lá, onde pensávamos estar só, estaremos em companhia do mundo todo”.
(trecho : Soraya Ferreira Mariani)
A expressão Mitakuye Oyasin ( Por Todas As Nossas Relações) 
- que se deve dizer antes de entrar na Sauna Sagrada, 
enquanto se encosta no chão a testa em sinal de humildade, 
engloba a familia, os animais, as plantas, as árvores, os pássaros, os peixes...
formam parte de nossa família. Tudo o que Grande Espírito criou e 
que tem criado, é parte da família.
Isto vai, portanto, contra a crença de que não estamos em relação com os animais. 
O homem é um animal, mas lhe foi dado o intelecto 
para que seja o guardião das criaturas do Grande Espírito.
( Adaptado do texto de Archie Fire Lame Deer)


Tenda do Suor

Entrar na Tenda do Suor é nascer de novo, nela se ora espiritualmente 
e mentalmente com o fim de unir o espiritual com o mental. Orar não é 
recitar palavras. Queremos que suas orações venham do fundo de vosso coração, 
não de vossa cabeça.
(Archie Fire Lame Deer)



SOBRE DIREITOS AUTORAIS

As fotos, figuras, textos, frases visualizadas neste blog, são de autorias diversas. Em alguns casos não foram atribuidos os créditos devidos por ignorância a respeito de sua procedência. Se alguém tiver
alguma objeção ou observação por favor contatar-me.
Namastê























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