Era uma vez...


"Em um tempo muito, muito distante, quando a Deusa caminhava sobre a Terra e todas as coisas eram sagradas...
Nas noites encantadas,surgia em meio a floresta misteriosa
um velhinho exausto e tremulo e a Deusa em sua face Anciã,
o tomava em seus braços, se balançando em sua cadeira o embalava, cantando...cantando...
E pela manhã ele saltava de seus braços, agora já uma criança radiante e se alçava aos céus para raiar o dia.
Ele é a Criança Solar, Ela é a Mãe de todas as coisas..."

13 de maio de 2010

O parceiro: a união com o outro


Um hino para o Homem Selvagem: "Manawee"

Se as mulheres querem que os homens as conheçam, elas têm de lhes ensinar algo do seu conhecimento profundo. (...) Quando os homens demonstram essa disposição, é a hora de fazer revelações; não apenas a esmo, mas porque mais uma alma perguntou. Vocês verão que é assim. Seguem-se, portanto, alguns dos pontos que irão tornar mais fácil para um homem compreender, para que ele venha na direção da mulher. É uma linguagem, a nossa linguagem."Era uma vez um homem que vinha cortejar duas irmãs gêmeas.- Você não poderá se casar com elas a não ser que consiga adivinhar seus nomes - dizia, porém, o pai das moças.Manawee tentava e tentava, mas não conseguia adivinhar os nomes das irmãs. O pai das moças abanava a cabeça e mandava Manawee embora todas as vezes.Um dia Manawee levou seu cachorrinho junto numa visita de adivinhação, e o cachorro percebeu que uma irmã era mais bonita do que a outra e que a outra era mais delicada do que a primeira. Embora nenhuma das duas irmãs possuísse todas as virtudes, o cachorrinho gostou muito delas porque elas lhe deram petiscos e sorriam olhando fundo nos seus olhos.Também naquele dia Manawee não conseguiu adivinhar os nomes das jovens e voltou irritado para casa. O cachorrinho, porém, voltou correndo para a choupana das irmãs. Ali ele enfiou a orelha por baixo de uma das paredes laterais e ouviu as moças dando risinhos e falando sobre como Manawee era bonito e másculo. Enquanto falavam, as irmãs se chamavam mutuamente pelo nome, e o cachorrinho, tendo ouvido, voltou correndo com a maior velocidade possível para seu dono para lhe passar a informação.No caminho, porém, um leão havia deixado um grande osso ainda com carne perto do caminho, e o minúsculo cachorrinho sentiu imediatamente o cheiro, não pensou em mais nada e se desviou mato a dentro arrastando o osso. Ali, ele lambeu e mordiscou o osso com grande prazer até que todo o sabor desapareceu. Ah! O pequeno cãozinho de repente se lembrou da tarefa esquecida, mas infelizmente ele também havia esquecido os nomes das moças.Por isso, ele correu de volta à choupana das gêmeas e dessa vez já era de noite e as jovens estavam passando óleo nos braços e pernas uma na outra e se arrumando como se fosse para uma festa. mais uma vez o cãozinho as ouviu chamando-se mutuamente pelo nome. Ele deu pulos de alegria e estava correndo pelo caminho afora na direção da choupana de Manawee quando do meio do mato veio o aroma de noz-moscada fresca.Ora, não havia nada que o cachorrinho adorasse mais do que noz-moscada. Por isso, se desviou um pouco do caminho e correu para o lugar onde uma bela torta de laranjas estava esfriando em cima de uma tora. Bem, logo a torta já não existia mais, e o cachorrinho tinha um adorável hálito de noz-moscada. Enquanto trotava de volta para casa com a pança cheia, tentou pensar nos nomes das moças, mas, mais uma vez, ele os havia esquecido.Finalmente, o cachorrinho tornou a voltar correndo até a choupana das irmãs, e dessa vez as irmãs estavam se preparando para casar. "Ah, não!" pensou o cachorrinho, "quase não tenho mais tempo." E, quando as irmãs se chamaram pelo nome, ele guardou os nomes na mente e saiu em disparada, com a determinação resoluta e absoluta de que nada iria impedi-lo de transferir os preciosos nomes a Manawee imediatamente.O cãozinho vislumbrou caça pequena recém morta no caminho, mas a ignorou e saltou por cima dela. Por um instante, pareceu-lhe sentir o aroma de noz-moscada no ar, mas ele o ignorou e preferiu continuar correndo na direção da sua casa e do seu dono. No entando, ele não contava com a possibilidade de um estranho de negro saltar do mato, agarrá-lo pelo pescoço e sacudi-lo ao ponto de seu rabo quase cair. Pois, foi o que aconteceu.- Diga-me aqueles nomes! Diga-me os nomes das moças para que eu as possa conquistar - gritava o estranho o tempo todo.O cãozinho achou que ia desmaiar com aquele punho lhe apertando o pescoço, mas lutou com bravura. Ele rosnou, arranhou, esperneou e, afinal, mordeu o estranho entre os dedos. Os dentes do animal picavam como vespas. O estranho berrava como um búfalo-da-índia, mas o cãozinho não soltava. O estranho correu pelo mato adentro com o cãozinho pendurado numa das mãos.- Solte-me, solte-me, cãozinho, e eu o soltarei - implorou o estranho de negro.- Não volte por aqui - rosnou entre dentes o cãozinho - ou não verá mais a luz do dia. - E assim o estranho fugiu pelo mato, gemendo enquanto corria. O cachorrinho prosseguiu meio mancando, meio correndo, pelo caminho até encontrar Manawee.Muito embora seu pêlo estivesse sujo de sangue e suas mandíbulas doessem, os nomes das jovens estavam bem nítidos na sua mente, e ele se aproximou de Manawee, claudicante, mas feliz da vida. Manawee correu de volta até a aldeia das moças com o cachorrinho nos ombros, e as orelhas do cachorro dançavam ao vento como rabos de cavalos.Quando Manawee chegou até o pai com os nomes das filhas, as gêmeas receberam Manawee completamente vestidas para viajar com ele. Elas haviam estado à sua espera o tempo todo. Foi assim que Manawee conquistou duas das donzelas mais belas da região. E todos os quatro, as irmãs, Manawee e o cãozinho, viveram juntos em paz por muito tempo.

Krik Krak Krout, now this story is out.

Krik Krak Krun, now this story is done.


A natureza dual das mulheres:"A história decifra um segredo antiquíssimo das mulheres, que é o seguinte: para conquistar o coração de uma Mulher Selvagem, seu parceiro deve entender profundamente sua dualidade natural. (...) Essa história fala do mistério de duas poderosas forças femininas numa única mulher.Qualquer um que seja íntimo de uma Mulher Selvagem está de fato na presença de duas mulheres: um ser exterior e uma criatura interior, um que habita o mundo terreno, e o outro que vive num mundo não tão visível. O ser exterior vive à luz do dia e é observado com facilidade. Muitas vezes é uma pessoa pragmática, aculturada e muito humana. Já a criatura costuma chegar à superfície vindo de muito longe e com frequência aparece e desaparece rapidamente, embora sempre deixe uma sensação: algo de surpreendente, original e sagaz."A força de ser dois:"Se a mulher esconde um dos lados ou privilegia um dos lado em demasia, ela tem uma vida desequilibrada que não lhe permite acesso ao seu pleno poder (...) É necessário desenvolver os dois lados.""Em algumas culturas, existe toda uma disciplina dedicada ao equilíbrio da natureza dos gêmeos, pois eles são considerados como duas entidades que compartilham uma alma.""O poder de ser dois é muito forte, e nenhum dos dois lados deve ser negligenciado.Sozinho o self mais civilizado vive bem... mas sente certa solidão. Sozinho, o self selvagem também vive bem, mas anseia pelo relacionamento com o outro. A perda dos poderes psicológicos, emocionais e espirituais das mulheres tem como origem a separação dessas duas naturezas...""O poder de ser dois está em agir como uma entidade una.""Manawee deseja tocar essa combinação misteriosíssima e onipresente da vida da alma na mulher, e ele dispõe de uma soberania própria. Já que ele próprio é um homem natural, ligado ao selvagem, ele tem uma sintonia com a mulher selvagem e sente atração por ela (...) Manawee, quer esteja no mundo interior, quer no mundo exterior, representa um amante novo mas cheio de fé, cujo desejo principal é o de indentificar e compreender o numinoso duplo na natureza feminina."O poder do nome:Nas culturas em que os nomes são escolhidos com cuidado pelo seu significado mágico ou auspicioso, saber o verdadeiro nome de uma pessoa representa conhecer a trajetória da vida e os atributos da alma daquela pessoa.""Ele está interessado em saber seus nomes, não para se apoderar do poder delas, mas, sim, para conquistar um poder pessoal igual ao delas. Conhecer os nomes representa adquirir consciência acerca da natureza dual e retê-la.""Quando nomeamos, descobrimos significados pessoais e ocultos bem como a beleza selvagem de ser mulher, não importando as personalidades dos aspectos opostos. Essa identificação e esse vínculo são chamados, em termos humanos, de amor a si mesmo. Quando ele ocorre entre dois indivíduos, é chamado de amor pelo outro."


(Extraido de http//:lobasquecorre.blogspot.com - Trechos do livro Mulheres que correm com os lobos)

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