Era uma vez...


"Em um tempo muito, muito distante, quando a Deusa caminhava sobre a Terra e todas as coisas eram sagradas...
Nas noites encantadas,surgia em meio a floresta misteriosa
um velhinho exausto e tremulo e a Deusa em sua face Anciã,
o tomava em seus braços, se balançando em sua cadeira o embalava, cantando...cantando...
E pela manhã ele saltava de seus braços, agora já uma criança radiante e se alçava aos céus para raiar o dia.
Ele é a Criança Solar, Ela é a Mãe de todas as coisas..."

24 de março de 2010

Nenhum homem é uma ilha...

Numa das preguiçosas tardes da minha adolescência, andando por uma rua do bairro de periferia em que vivia, encontrei jogado ao meio fio uma folha amarelada de caderno de desenho...Isso aconteceu a cerca de trinta anos...Mas ainda me lembro, como se fosse hoje..., não sei explicar porque o fato jamais me deixou...Na folha havia um desenho, feito em lápis de cor, com capricho de amador, uma ilha, dois coqueiros..., o mar...No verso da folha um poema de John Donne, poeta inglês do século XVI:
“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, não me pergunte por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”


Segundo o nível de consciência que tinha no momento, achei que era uma “cartinha de amor”..., uma “prenda”, daquelas que a gente faz para agradar a quem ama. Guardei John Donne comigo pelo resto de minha vida...E quando meu amor próprio era atingido pela insensibilidade, alheia ou pessoal, eu pensava “os sinos dobram por mim”...E quando as antigas obras me falaram da “Alma do Mundo” eu pensava “nenhum homem é uma ilha” e quando mestre Jung falava sobre o “inconsciente coletivo e a física quântica sobre “massa critica”, eu pensava “a Europa fica menor se um seixo for levado”. Os anos vão passando e não me canso de encontrar sabedoria neste poema e hoje penso que enquanto não entendermos que “a morte de qualquer, homem me diminui os assassinos continuarão a nascer”... A criança maltratada na Índia é o reflexo da minha criança interior...A mulher violada no Congo é o reflexo da mulher violada por padrões sociais e preconceitos em mim....
Todos nos envergonhamos quando ouvimos uma mulher contar que foi violentada, todos nos sentimos envergonhados quando lembramos da fome e dos maltratos as crianças...
Mas a nossa condição privilegiada, nos dá oportunidade de transformar preconceito em acolhimento...
Por toda a fome do mundo, precisamos deixar de consumir em excesso!
Por todas as mulheres do mundo precisamos parar de destruir nossos corpos com remédios para emagrecer e antidepressivos...Precisamos parar de chamarmos umas as outras de nomes chulos, que reforçam o poder do estuprador, do abusador...Por todas as crianças do mundo precisamos educar nossos filhos com ideais humanitários...Por toda a paz no mundo, precisamos nos desapegar de compromissos profissionais ou familiares que nos levam a infelicidade, a mentira e a guerra...Por toda a humanidade precisamos fazer do amor e da solidariedade nosso bem maior
.
Porquê, dentro de cada um de nós existe um ser que chora por todos nós...
(gi)

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