"Me dê sua mão. Abra, depois feche. Sinta. O feno-grego duro como pedra está bem fechado no centro da palma de sua mão, cor de areia do fundo de um riacho velho. Mas ponha-o na água, e ele se expande, livre. Morda os caroços inchados e prove sua doçura amarga. Sabor de algas marinhas em um lugar selvagem, guincho de gansos cinzentos. O feno-grego é a especiaria da terça-feira, quando o ar é verde como o musgo depois da chuva. Especiaria para os dias em que eu quero ficar encolhida sob uma colcha pespontada com folhas de peepul e contar histórias como na ilha. Só que aqui para quem eu as contaria? Feno-grego, pedi tua ajuda quando Ratna veio me procurar ardendo por causa do veneno no ventre, legado da vagabundagem do marido. E quando Ramaswamy trocou a mulher com quem estava casado há vinte anos por um prazer mais novo. Ouça a canção do feno-grego:Tenho o sabor fresco da brisa do rio, plantando desejo em terreno que ficou estéril.(...)Eu, feno-grego, que faço o corpo ficar doce de novo para o amor."
.( Senhora Das Especiarias .p.59)
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