10 de novembro de 2009
Henry Miller,em um trecho do livro "O Colosso de Marússia"
"É a manhã do primeiro dia da grande paz, a paz do coração, que vem com a rendição. Nunca soube o significado da paz até chegar a Epidauro. Como todo mundo, eu usara a palavra toda a vida, sem me dar conta por uma vez que fosse, de que é uma falsificação. Paz não é o oposto de guerra, da mesma forma que a morte não é o oposto da vida. A pobreza da linguagem, isto é, a pobreza da imaginação do homem ou de sua vida interior criou uma ambivalência que é absolutamente falsa. Estou falando, é claro, da paz que ultrapassou a compreensão. Não há outra paz. A paz que a maioria de nós conhece é apenas o cessar de hostilidades, um acordo, um interregno, uma pausa - que é negativa. a paz do coração é positiva e invencível, não impõe condições, não requer proteção. É. Só. Se é vitória, é uma vitória muito especial, porque se baseia inteiramente na rendição, mais especificamente, na rendição voluntária. Não há mistério, para mim, em relação à natureza das curas que efetuavam nesse grande centro terapêutico do mundo antigo. Aqui o próprio curandeiro se curava, primeiro e mais importante passo no desenvolvimento de uma arte que não é médica, mas religiosa. Segundo, o paciente se curava antes mesmo de receber qualquer tratamento. Os grandes médicos sempre falaram da Natureza como sendo a grande curandeira. Isso só é parcialmente verdadeiro. A Natureza, sozinha, não pode fazer nada. Ela só pode curar quando o homem reconhece o seu lugar no mundo, que não é na Natureza, como é com o animal, mas no reino humano, que é a ligação entre o animal e o divino.
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Namastê
CURRENT MOON
belo texto. henry miller sempre uma inspiração...
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