Actualmente,
tem-se a pretensão de que a mulher é respeitada. Uns cedem-lhe o lugar,
apanham-lhe o lenço: outros reconhecem-lhe o direito de exercer todas
as funções, de tomar parte na administração, etc.; mas a opinião que têm
dela é sempre a mesma - um instrumento de prazer. E ela sabe-o. Isso em
nada difere da escravatura. A escravatura mais não é do que a
exploração por uns do trabalho forçado da maioria. Assim, para que deixe
de haver escravatura é necessário que os homens cessem de desejar
usufruir o trabalho forçado de outrem e considerem semelhante coisa como
um pecado ou vergonha. Entretanto, eles suprimem a forma exterior da
escravatura, depois imaginam, persuadem-se de que a escravatura está
abolida mas não vêem, não querem ver que ela continua a existir porque
as pessoas procedem sempre de maneira idêntica e consideram bom e
equitativo aproveitar o trabalho alheio. E desde que isso é julgado bom,
torna-se inveitável que apareçam homens mais fortes ou mais astutos
dispostos a passar à acção. A escravatura da mulher reside unicamente no
facto de os homens desejarem e julgarem bom utilizá-la como instrumento
de prazer. Hoje em dia, emancipam-na ou concedem-lhe todos os direitos
iguais aos do homem, mas continua-se a considerá-la como um instrumento
de prazer, a educá-la nesse sentido desde a infância e por meio da
opinião pública. Por isso ela continua uma escrava, humilhada,
pervertida, e o homem mantém-se um corruptor possuidor de escravos.
Leon Tolstoi, in 'Sonata a Kreutzer'
Realmente esse tipo de escravidão é um dos mais tristes que existem!
ResponderExcluirQuantas mulheres não são estupradas por seus companheiros diariamente? E tudo isso porque o prazer do homem é o que importa!
Elas são apenas instrumentos descartáveis de prazer, que podem ser substituídas quando não cumprem bem o seu "papel".
Triste isso!