"[13 de Maio] Tu perguntas se deves enviar-me os meus livros… Meu caro, te peço pelo amor de Deus, deixa-os longe do meu meu pescoço! Não quero mais ser guiado, animado e afogueado… Esse coração já fermenta o bastante por si próprio! Necessito muito antes de canções que embalem, e essas eu achei à suficiência em meu Homero. Quantas vezes tenho de ninar meu sangue revolto até acalmá-lo… Tu sabes que não existe no mundo nada tão instável, tão inquieto quanto o meu coração. Se é que tenho necessidade de dize-lo a quem tantas vezes carregou o fardo de me ver passar da aflição à digressão, da doce melancolia à paixão furiosa, meu caro! É por isso que trato meu coraçãozinho como uma criança doente, satisfazendo-lhe todas as vontades. Mas não repasse isso adiante! Há tantos que poderiam dele aproveitar-se… Há tantos seres que poderiam usá-lo contra mim!
Goethe - Os Sofrimentos do Jovem Werther.
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