"Cultuemos, deste modo, pois, o Mistério enquanto tal, sem
tentar substituí-lo por invenções mesquinhas das mentes
humanas. Ele é a insondável realidade que nos constitui
enquanto seres e consciências; assim, desprezamos
a inferioridade de deuses e de demônios, embora guardemos
a veneração contemplativa pelo inominável enigma
que essencialmente somos. Por tais razoes, seremos
sempre perseguidas e, possivelmente, voltaremos a ser
queimadas, quer pelas labaredas do fogo, quer pelas línguas
causticas dos críticos. Mas persistiremos e não arredaremos
pé de nossa natureza radical, posto que essa é
nossa identidade. Exorto-as, pois, bruxas de meu
mundo, a não esmorecerem e a não substituírem 0 Mistério,
absoluto e transparente, onipresente e eterno, por'
ridículos antropomorfismos, tampouco por conceituações
metafísicas. Não adoramos demônios, nem deuses
e, de maneira alguma, criamos ídolos, ideologias ou mitos.
Nossa fé é um agir: transcender sempre e ir pe1os
ares do cosmo atraídas pelo fascinante enigma que se faz orgasmo no abraço criador."
(Dirce de Bellis em O Testamento da Bruxa)
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