“Eu olhava esse menino, com um prazer de companhia, como nunca por ninguém eu não tinha sentido. Achava que ele era muito diferente, gostei daquelas finas feições, a voz mesma, muito leve, muito aprazível. Porque ele falava sem mudança, nem intenção, sem sobêjo de esforço, fazia de conversar uma conversinha adulta e antiga. Fui recebendo em mim um desejo que ele não fosse mais embora, mas ficasse, sobre as horas, e assim como estava sendo, sem parolagem miúda, sem brincadeira— só meu companheiro amigo desconhecido.[...] Mas eu aguentei o aque do olhar dele. Aqueles olhos então foram ficando bons, retomando brilho. E o menino pôs a mão na minha. Encostava e ficava fazendo parte melhor da minha pele, no profundo, désse as minhas carnes alguma coisa. “
( João Guimarães Rosa)
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SOBRE DIREITOS AUTORAIS
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Namastê
CURRENT MOON
Amor...
ResponderExcluirNos amamos sem nos ver, lendo nossas "pinturas de palavras".
O Verbo nos aproximou, e a pele nos uniu.
As palavras nos levavam pelos caminhos sem fim dos sentidos,
De olhos cerrados nos revelavam a Alma do outro.
E nossa pele se tornou, desde aquele momento, o território dos sonhos
E o mapa por onde nos perdemos dos caminhos bem traçados...
Só se localiza quem atravessa este continente, subtraído da bússola da razão.
E do Sextante do juízo... agradavelmente perdido.
Seu.