Uma aranha fiava sua teia próximo à cama da avó Nokomi.
Todos os dias ela observava a aranha trabalhar.
Alguns dias depois, o neto entrou e, ao ver a aranha na teia,
pegou uma pedra para matá-la. Mas a avó não deixou.
O garoto achou estranho, mas respeitou o seu desejo.
A velha mulher voltou-se para observar mais uma vez o trabalho do animal e,
então, a aranha falou:
“Obrigada por salvar minha vida. Vou dar-lhe um presente por isso. Na próxima Lua nova vou fiar uma teia na sua janela. Quero que você observe com atenção e aprenda como tecer os fios. Porque esta teia vai servir para capturar todos os maus sonhos e as energias ruins. O pequeno furo no centro vai deixar passar os bons sonhos e fazê-los chegarem até você."
Quando a Lua chegou, a avó viu a aranha tecer sua teia mágica e,
agradecida, não cabia em si de felicidade pelo maravilhoso presente:
“Aprenda”, dizia a aranha.
Finalmente, exausta, a avó dormiu. Quando os primeiros raios de sol
surgiram no céu ela acordou e viu a teia brilhando como jóia graças às gotas de
orvalho capturadas nos fios. A brisa trouxe penas de pomba que também ficaram presas na teia, dançando alegremente e, por último, um corvo pousou na teia e deixou uma longa pena pendurada.
Por entre as malhas da teia, o Pai Sol sorria alegremente.
E a avó, feliz, ensinou todos da tribo a fazerem os filtros de sonhos.
E até hoje eles vêm afastando os pesadelos de muita gente...
E como encontraram
Tal qual encontrei
Assim me contaram
Assim vos contei.
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